No entanto, o que começou como uma ferramenta de conexão, hoje, levanta um debate importante sobre o impacto na saúde mental. Relatórios recentes mostram que essas plataformas podem "alimentar" problemas psicológicos em até 70% dos jovens. Esse dado acende um alerta sério, que se estende do mundo digital para o ambiente de trabalho, onde a "síndrome do tédio" (boreout) também mostra a urgência de olhar para a saúde mental. 

Para os jovens, as redes sociais são um palco para criar identidade e fazer parte de grupos. Mas esse mesmo ambiente expõe a uma comparação constante, a padrões de vida irreais e a uma busca sem fim por validação. Mostrar uma vida perfeita e estar sempre "feliz" pode gerar ou piorar quadros de ansiedade, depressão, baixa autoestima e isolamento. É um paradoxo: muita conexão virtual pode levar a uma desconexão com a própria saúde mental. 

A relevância da saúde mental vai além das redes sociais e aparece forte também no trabalho. Além do burnout, que é o esgotamento por excesso, a "síndrome do tédio" (boreout) é outro desafio. Ela acontece pela falta de estímulo, tarefas repetitivas e quando o profissional sente que não está usando suas habilidades. O boreout desgasta a saúde mental, causando frustração, desmotivação e sensação de inutilidade. Assim como o excesso de informação digital faz mal, a falta de propósito no trabalho também afeta o bem-estar e a produtividade. 

Com esse cenário complexo, a necessidade de profissionais capacitados para entender, diagnosticar e agir em questões de saúde mental é clara. Seja para ajudar jovens no ambiente digital ou para criar bem-estar no trabalho, ter conhecimento em psicologia, neurociência, gestão de pessoas e políticas públicas é fundamental. Não basta só identificar o problema; é preciso criar soluções eficazes e ambientes que priorizem a saúde mental. A discussão sobre o impacto das redes sociais e do boreout são dois lados da mesma moeda: a necessidade de um olhar atento e dedicado à saúde mental no mundo de hoje