Baixa escolaridade ajuda as pessoas mais pobres ao vício pelo cigarro

Houve um tempo, especialmente no período do pós-guerra, em que o cigarro era símbolo de luxo, riqueza e sofisticação. Por ser um produto glamoroso traz apelo libertador, que atinge os formadores de opinião em geral.

Hoje, isso não é mais o caso, principalmente porque os malefícios do cigarro são amplamente conhecidos em todo o mundo.

Sim, mas fumar ainda boicota certas partes da população brasileira. Dados mostram que a proporção de fumantes aumenta quanto menor a renda e menor o período de escolaridade.

A publicação anual desses dados (pelo Vigitel - Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) mostra que o percentual dos que se declaram fumantes no Brasil cai à medida que os anos de estudo aumentam: tabagistas são 13% entre aqueles que estudaram durante 0 a 8 anos; 8,8% na faixa de 9 a 11 anos de estudo; e 6,2% para aqueles com 12 ou mais anos de estudo. A tendência também é observada entre aqueles que fumam 20 ou mais cigarros por dia: 3,3% na faixa de 0 a 8 anos de estudo; 2,4% de 9 a 11 anos; e 1,7% de 12 ou mais anos.

Mas o "fenômeno" não é observado apenas no Brasil. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a pobreza e o tabagismo são um "círculo vicioso" no mundo.

Um estudo mostrou que, na Inglaterra e no País de Gales, os homens mais pobres entre 35 e 69 anos têm duas vezes mais chances de morrer do que os mais ricos - e quase cinco vezes mais chances de morrer por fumar.

Especialistas explicaram que os fumantes atuais costumam ter menos informações, nenhum dado sobre os malefícios do tabagismo e pessoas que não têm acesso às escolas (esse problema está resolvido de alguma forma hoje). Essas pessoas também raramente recebem tratamentos para parar de fumar.

Existe algo a considerar, certo?

[Fonte: UOL Notícias]